Em
1929, surgiu a dupla caipira Nhô Bastião (José Epaminondas de Almeida) e Nh’ana (Isolina, sua irmã), que se apresentava no
interior paulista entre lavouras de café, levando o riso aos trabalhadores e
que, via de regra, encerrava os seus espetáculos com bailes no mais puro estilo
local – as caipiradas. Mesmo mais tarde, quando o grupo comprou o Circo Oriente
e, depois, a Politeama Oriente, o seu público continuou entre as populações das
pequenas cidades, muitas vezes, às margens de grandes fazendas, propiciando o
espetáculo para o espectador das pequenas cidades e para aqueles egressos do
trabalho no campo.

Anos
mais tarde, em Ponta Grossa (PR), a família Benvenuto juntar-se-ia aos
artistas da Politeama Oriente. O encontro entre estas duas famílias resultou na união
matrimonial entre os filhos José Maria de Almeida e Léa Benvenuto de Almeida
que casaram em Pelotas/RS no ano de 1959, desta união surgiram seis filhos. Em
1972 na cidade de Faxinal do Soturno/RS, José Ricardo de Almeida e Ana
Benvenuto de Almeida.
Em 1962, com a morte de Nhô Bastião, o palco passou a José Maria, o palhaço Serelepe. Entre 1962 e 1981, o Teatro Serelepe
percorreu inúmeras cidades dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina,
apresentando um repertório que variava entre dramas, comédias, alta comédia,
farsas, peças infantis. Estas peças, de um modo geral, fazem parte do cartel de
apresentação da maioria das companhias itinerantes ainda em atuação, contudo,
muitas já não guardam mais a ideia original.
Em um tempo em que, na maioria das
cidades interioranas sequer havia cinema e, mesmo naquelas que dispusessem de
uma sala cinematográfica, os filmes com som e imagem de baixa qualidade, ainda
chegavam com grande atraso se comparados às grandes cidades do país; além
disso, a televisão, até meados dos anos 1970, era um bem acessível para poucas
famílias, apresentando sinal para repetição, frequentemente, fraco, com imagens
distorcidas, de tal sorte que restavam poucas opções de entretenimento: festas
e bailes religiosos, passeios em volta ao coreto da praça ou, nas comunas em
que houvesse a passagem do trem, um passeio à gare da estação para ver o “trem
de passageiros” aos domingos. Eventualmente, algum circo ou parque passava
pelas referidas cidades, mas sem grande sucesso, de modo que a chegada do
teatro sempre constituía uma importante novidade que animava todas as classes
sociais. Asssim, o Teatro Serelepe granjeou sucesso nos locais por onde
passou.