
A
família recebe a visita do senhor Barbosa, que ciente da viagem de Roberto,
considera que o rapaz tomou uma boa atitude. Roberto retorna, informa que
partirá em duas horas e que, portanto, deve abreviar a organização da bagagem.
Mariquinhas prepara os pertences do filho, enquanto ele, na sala, diz a Barbosa
que jamais será feliz longe da mãe. Antes de partir, Roberto intima o irmão a
cuidar bem da sua mãe e avisa que enviará, mensalmente, uma pensão. Roberto, ao
retirar-se, lembra a Edgar: “Nossa mãe, honrarás”.
No
segundo ato, os acontecimentos desenvolvem-se na casa de Raul e Rosa, filha de
Mariquinhas, a qual, expulsa da residência de Edgar, busca abrigo na residência
do genro. Raul mostra-se afetivo, mas Rosa e sua filha, Alice, demonstram
extrema irritação com a presença da mulher. A rejeição da filha e da neta é
ostensiva em todos os momentos. Contudo, os fatos tendem a um novo rumo. A
empregada Julia, penalizada com a situação de dona Mariquinhas, expulsa pela
filha, delata o adultério de Rosa. O marido rejeita-a e afirma para a filha que
Rosa, a partir de então, estaria morta. A cena retorna para a casa de Edgar, em
que Gomes, credor de Edgar, e Nair conversam, ele reitera o pedido de casamento
e, novamente, ouve um não, visto que Nair repete amar Roberto. Gomes pede-lhe
que chame Edgar. Gomes intimida-o e afiança-lhe que as promissórias devidas serão
cobradas judicialmente. Gomes dá um prazo de 24 horas para a resposta
afirmativa de Nair. Edgar e Alzira conjecturam sobre as formas de convencer
Nair e Alzira decide conversar com ela, Nair segue em sua negativa, mas o
retorno de Mariquinhas e seus conselhos parecem demover a moça.
Barbosa
reaparece e firma-se como credor de Raul e Edgar sendo que, no último caso,
Barbosa avisa Edgar que a hipoteca da casa já venceu e que se ele não for
educado, no mínimo, perderá a casa. Na sala, Nair prepara-se para fugir, mas
antes deixará uma carta para a família. Alzira ouve a conversa, acusa
Mariquinhas de ter instigado a jovem e Edgar, novamente, pede que a mãe deixe a
sua casa. Edgar leva a mãe para um asilo, enquanto isso Nair foge para
desespero de Alzira.
O
quarto ato marca o regresso de Roberto que é posto a par dos acontecimentos por
. Barbosa O homem avisa-o que Edgar vive bêbado, caído pelas calçadas, enquanto
Alzira apresenta um ferimento repugnante na perna. Na sequência, Raul chega à casa de Barbosa e
encontra Roberto, que o rejeita, mas Barbosa intervém. Neste momento, entra
Zeca Gomes, amigo de Roberto, e que fora enviado para testar a sua família,
inclusive, propondo-se a casar com Nair, em um plano urdido por Roberto para
confirmar o caráter do irmão. Edgar também aparece e é agredido pelo irmão que
o obriga a levá-lo ao asilo.
Na
sala do asilo, encontra-se Mariquinhas que varre o chão. Um enfermeiro aparece
e apressa-lhe o trabalho, chamando-a preguiçosa. Entram Roberto, Edgar e Gomes,
que encontram Nair, Roberto abraça-a e pergunta pela mãe, Nair afirma que a
velha não reconhecerá o filho porque enlouqueceu. Mariquinhas, acompanhada por
Nair, aparece, senta-se, mas o enfermeiro diz que é inútil conversar com ela,
garante que a velha não reconhece ninguém. Mariquinhas, então, balbucia:
“Roberto... Roberto...” Recorrendo a Gomes, Roberto entrega o cordão de ouro
para a mãe, que não entende o que se passa. Mas, depois, Mariquinhas abraça o
filho e reconhece Nair. Pergunta por Edgar, Rosa, Raul, pela sua neta e Roberto
promete-lhe que, em seguida, irão vê-los. Dona
Mariquinhas pede que Roberto perdoe a todos. Roberto declara: “Olha, Edgar...
contemple este quadro. De um lado, a noiva querida. Do outro, a mãe idolatrada.
Que esta lição te sirva de exemplo. E não esqueça nunca do quarto mandamento da
Lei de Deus que diz: Honrar pai e mãe”.
A peça Honrarás nossa mãe, que compôs o cartel de dramas e melodramas encenados pelo Teatro Serelepe nos anos 60 e 70 , é um dos textos analisados no livro Entre lágrimas e risos: as representações do melodrama no teatro mambembe.
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