
Luiz,
o padre, tenta aproximar o assassino, que já cumprira 14 anos de prisão,
encontrando-se vítima de tuberculose, e sua família, despertando a ira do pai. Luiz
chora o ódio que o pai carrega em seu coração. Na verdade, o padre afronta o
pai e convida Alberto para a ceia natalina – esta novidade causa grande
alvoroço para Rosinha que alega nunca ter tido um Natal, posto que, naquele
dia, o avô tranca-se em um quarto e a mãe chora durante todo o dia. Diante da
situação, Luiz conta para a jovem a sequência dos fatos e a morte do seu pai na
manhã de Natal. Luiz fala: “E antes de morrer, seu pai perdoava o homem que o
matara. Foi a dor de perder o meu único irmão, que me levou ao seminário... foi
pelo gesto de perdão de seu pai, Rosinha, que eu me fiz padre”! Ouvindo isso,
Teodoro declara: “E é por isso, que eu nunca poderei perdoar esse miserável,
ele roubou-me dois filhos!”
Teodoro
volta-se, novamente, para a neta, afirmando-lhe que Deus concedia-lhe uma
oportunidade para que a família vingasse a morte de Roberto. Rosinha discorda
do avô, que decide mostrar-lhe o quarto em que Roberto morreu. Teodoro acende a
luz, mostra-lhe a cama, a mancha de sangue no assoalho e uma arma descarregada.
Trata-se da arma usada para matar Roberto e Teodoro reitera que, ali, jurara
matar o criminoso que lhe tirara o filho. Nesse
meio tempo, chega Alberto, que lamenta não ter uma casa para regressar; mas,
Luiz afirma que Alberto permanecerá em sua casa, terá oportunidade de pedir
perdão à família de Roberto. Alberto, agradecido, promete enfrentar a família e
expressar-lhe o seu remorso– ele chega a cogitar a possibilidade de ter matado
dois inocentes, demonstrando que não detinha certeza sobre a infidelidade da
mulher. Alberto ajoelha-se diante de Maria Alice, Teodoro não permite que o
homem aproxime-se e aponta-lhe uma arma, os demais gritam, mas Teodoro
permanece decidido, mantendo o revólver apontado para Alberto, Luiz tenta
interceder, mas é interrompido por Alberto:
Senhor Teodoro,
veja, estou livre na sua frente. Pode matar-me. Mas de nada valerá isso, nem
vingança há de ser... pois eu não sinto, eu não posso sentir a morte. Será tão
somente uma maneira anticristã de aliviar os meus sofrimentos.
Alberto
coloca-se diante de Teodoro: “Senhor Teodoro... se a minha morte serve para
pagar o mal que fiz, aqui tem a minha vida... É sua!” Teodoro atira, mas
Rosinha põe-se à frente e é ferida. Luiz toma-a nos braços e encaminha-se para
o hospital. Enquanto isso, Teodoro e Alberto permanecem na sala: “Devo-lhe mais
uma vida senhor (...)”, afirma Alberto. Desesperado, Teodoro declara todo o seu
ódio pelo assassino confesso do filho.
No
hospital, trava-se uma discussão sobre a existência de Deus. Primeiro, entre Luiz
e Teodoro; depois, o próprio médico enuncia que Rosinha somente salvar-se-á se
houver um milagre. Teodoro reafirma que não crê em milagres, o médico
responde-lhe: “Então, meu amigo, o senhor é mais infeliz do que nós. O padre
Luiz crê num Ente Superior que governa as criaturas... eu, além disso, acredito
na minha ciência”. Teodoro, magoado, faz um balanço de suas perdas: Roberto,
Luiz, a neta, a esperança de vingança e pede que lhe deixem com o seu ódio.
Passadas
duas horas, Maria Alice retorna, chorando, sem notícias da filha. Em seguida, o
médico aproxima-se e avisa que a extração foi rápida e fácil. Rosinha, se não
houver complicações, está salva. Maria Alice acompanha o médico e Luiz convida
o pai para rezar. De um lado, Teodoro afirma que não sabe mais orar, de outro, o
filho aconselha-o a conversar com Deus. Luiz reza a oração do Pai Nosso e é
acompanhado por Teodoro. Ao encerrar-se a oração, Teodoro chora, Maria Alice
aproxima-se: “Padre Luiz!... Senhor Teodoro!... A minha filha está salva!” Alberto
reaparece e dirige-se a Teodoro, pede-lhe perdão, ajoelhado, mas o velho afirma
que ambos são iguais, são miseráveis. Luiz abraça o pai que oferece um quarto,
em sua casa, para Alberto, mas ele alega que a sua dor seria maior se,
diariamente, visse o sofrimento de suas vítimas. Após a saída de Alberto,
Teodoro murmura: “Como tudo é diferente... como é sublime...como é sublime
perdoar!”
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