quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Um resumo de tudo: o Serelepe


Nas primeiras décadas do século XX, Francisco Silvério de Almeida realizava palestras cômicas para os trabalhadores das lavouras de café no interior paulista. Certa vez, sentindo-se adoentado, ele determinou ao filho, José Epaminondas, que avisasse aos organizadores para cancelarem a apresentação. Mas, José Epaminondas decidiu fazer o espetáculo no lugar do pai e foi um sucesso. Nascia Nhô Bastião.

Orientados pelo pai, Nhô Bastião e sua irmã Isolina, a Nh'ana, formaram uma dupla caipira que passou a apresentar-se, primeiro, nas lavouras cafeeiras e, depois, no Circo Oriente. Nh'ana seguiu seu rumo, adquirindo o seu próprio teatro e Nhô Bastião adquiriu uma politeama (teatro de zinco). Ele partia, então, de Ponta Grossa/PR, onde tinha uma chácara, para excursões pelo interior de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Em 1962, Nhô Bastião faleceu e o palco passou, em definitivo, para o seu filho, José Maria de Almeida, o popular palhaço Serelepe. José Maria havia se casado em 1959 com Lea Benvenuto, o casal teve 6 filhos: Ben-hur, Maria José, Isabel, Marcelo e Ulisses. A Marcelo coube seguir a veia cômica da família e ele adotou o nome Serelepe.

Em "Entre risos e lágrimas: as representações do melodrama no teatro mambembe", entrelaçando às histórias do teatro e do circo, eu conto um pouco da história do Teatro Serelepe e analiso melodramas (peças de chorar) apresentadas nos anos 60 e 70.

domingo, 1 de dezembro de 2019

Nhô Bastião, pai e avô de Serelepes


Em conformidade com José Maria de Almeida, o velho palhaço Serelepe (já falecido), forjado nas matinês dominicais pelo pai, Nhô Bastião, na verdade, os shows cômicos individuais, em sua família, eram, inicialmente, protagonizados por Francisco Silvério de Almeida que, em determinada ocasião, adoeceu e determinou ao filho, José Epaminondas, que comunicasse aos organizadores a sua impossibilidade, cancelando, pois, o espetáculo. No entanto, José Epaminondas, a exemplo do pai, que se apresentava sem a caracterização típica de palhaço (ambos adotaram o gênero caipira, em voga na região naquela época), decidiu que, com a experiência adquirida ao observar o pai, não cancelaria a sessão prevista e apresentou-se como comediante. O seu trabalho agradou a todos, mas havia o temor que não satisfizesse o pai... Diante da euforia dos amigos, dos conhecidos que haviam visto o desempenho de José Epaminondas, Francisco Silvério decidiu conceder um espaço, em suas apresentações, para o mais novo comediante da família. Nascia, assim, Nhô Bastião.