Grupos circenses entraram no Brasil,
mesmo antes do século XVIII e o surgimento do circo de cavalinhos na
Inglaterra. Eram companhias formadas por ciganos expulsos de Portugal e
Espanha, que apresentavam doma de animais, números de ilusionismo.
A partir do século XIX, porém, ingressam
as tradicionais famílias circenses, em geral, grupos que excursionavam pela
América Latina e acabavam fixando-se num país em particular. Um dos exemplos
clássicos, apresentados pela literatura, é a família Chiarini, que chegou em
1834, conforme Erminia Silva.
Os circos, movendo-se por diferentes regiões do
país ou mesmo pelos países vizinhos e tendo a sua origem em solo europeu,
representavam uma forma de divulgação da cultura, visto que danças e músicas
podiam ser apresentadas, independente do local e evocavam estilos
transnacionais como o flamenco, do mesmo modo que a língua francesa, inglesa,
italiana ou espanhola achava, nestes ambulantes, um meio para propagar-se por
territórios distintos. Parece claro que as “novidades” trazidas pelos artistas
acabassem se espalhando em festas e outras atividades de divertimento de cada
local. Além disso, provavelmente, ensejava experiências entre brasileiros que
se julgavam hábeis para as atividades circenses, mas que não admitiam, até
então, afastar-se em definitivo de suas famílias, cuja origem era sedentária,
sobremodo, agrária.
E, assim, o circo adentrou o universo artístico
brasileiro, de tal modo que: “Os circos de cavalinhos estariam presentes, a
partir da segunda metade do século XIX, na maior parte das cidades brasileiras,
tornando-se, em alguns casos, a única diversão da população local” (SILVA,
2003, p. 48).
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