Egresso das fileiras reais, o cavaleiro
Philip Astley criou uma modalidade de apresentação artística que ficou
conhecida como circo de cavalinhos. Era um espetáculo aristocrático, feito por
homens que haviam servido à cavalaria de Vossa Alteza Real, a Rainha (ou Rei)
da Inglaterra para homens e mulheres de fino trato que ocupavam a plateia.
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Circo Oriente, que pertenceu a Nhô Bastião, pai do palhaço Serelepe (seu Zezo) |
“Para grande parte da bibliografia que trata da
história do circo, Astley é considerado o inventor da pista circular e criador
de um novo espetáculo” (SILVA, 2003, p.18). O mesmo posicionamento é defendido por Seibel (2005), que
apõe: “nace en Londres, en 1770 el primer circo moderno (...). En 1779, Astley
construye un local permanente de madera con techo, el Real Anfiteatro Astley de
Artes.” (SEIBEL, 2005, p. 12)
Torres (1998) salienta o tom militar imposto
por Astley às apresentações: os uniformes, o som dos tambores, as vozes de
comando. Do ponto de vista artístico, Astley também aparece como precursor da
nova modalidade de divertimento, visto que ele, ao lado dos jogos e das
corridas a cavalo – inicialmente, senhores absolutos do espetáculo -,
introduziu saltadores, acrobatas, malabaristas, adestradores de animais, enfim,
artistas que, por muitos anos, haviam se apresentado em praças e feiras, ao ar
livre ou valendo-se de barracas rudimentares. Sua inserção atendia ao objetivo
de Astley “de imprimir ritmo às apresentações e dar
um entretenimento diferente ao público. Os clowns
fingiam-se de aldeões ou camponeses rústicos, imitando hábeis cavaleiros, mas
de forma grotesca”. (SILVA, 1996, p. 25)
A palavra circo propriamente dita apareceria
mais tarde, na montagem da companhia de Нughes, antigo cavaleiro da trupe de
Astley, que, em 1780, apresentaria o Royal Circus.
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